Editora: Companhia das Letras
Ano: 2013
Páginas: 232
Avaliação: 4/5
O cenário é o de um típico subúrbio americano dos anos 70. Mas são as forças de Eros e Thanatos que atuam em As virgens suicidas, envolvendo o leitor numa história original, narrada por uma espécie de coro semelhante ao das tragédias gregas.
Durante uma festa em sua casa, Cecilia Lisbon, uma garota de 13 anos se joga de uma janela do segundo andar sobre a cerca de ferro. Como uma maldição, num período de um ano, todas as cinco irmãs Lisbon cometem suicídio. Comprimidos, enforcamento, todas as formas são válidas para que, uma a uma, Lux (14), Bonnie (15), Mary (16) e Therese (17) encontrem seu caminho para a morte.
A tragédia marca tanto a rotina da vida local que uma investigação é levada a cabo pelos garotos da vizinhança. Passados 20 anos, eles reúnem um mórbido acervo de evidências, que vão desde entrevistas com parentes até diários e boletins de química. Mas os detetives amadores, determinados a descobrir qual a razão daquelas mortes, lutam para achar as peças deste quebra-cabeça que é a alma feminina.
Com esse título depressivo e a capa no minimo bizarra eu esperava muitas coisas deste livro, menos me divertir tanto. Sua narrativa bem humorada e as reflexões nas entrelinhas me fizeram lamentar apenas uma coisa: não ter lido antes.
Todo o drama da família Lincon é contado por um narrador anônimo (aos leitores) que participou de forma direta ou indireta na trajetória das quatro irmãs. Desde o início, e logicamente pelo título, sabemos qual será o desfecho, mas sem dúvida o encanto do livro é seu enredo.
Para quem não sabe As virgens Suicidas foi lançado originalemente em 1993, consagrando Jeffrey Eugenides. Ele foi incrível em criar o mistério que ronda a casa das meninas, foi super divertido acompanhar o crescimentos delas pelos olhos da sociedade, e principalmente pelos meninos do bairro. Há todo um miticismo que envolve a família, ninguém sabe o que se passa direito naquela casa, como é aquela família e como as meninas são criadas.
Elas possuem um carisma que ninguém entende, não se importam com todas as coisas que adolescentes normais se importariam nessa época, são misteriosas, causam e aguçam a curiosidade de toda a vizinhança. Inclusive a nossa.
Pode parecer que o foco seria o suicídio em si, mas não. Na verdade gostei de ver que autor não se importou muito em querer agradar, ele fugiu desse estigma dramático e reescreveu uma coisa totalmente nova, uma tragédia vista de uma maneira meio freak e cômica.
Me senti espionando, criando hipóteses e de certa forma admirando as meninas. Infelizmente ele não se aprofunda igualmente na vida de todas, Cecilia e a Lux são as que mais aparecem, mas todas possuem sua peculiaridade.
Eu SUPER recomendo, é um clássico moderno que merece todo o mérito, mas apesar de não possuir uma linguagem rebuscada ele precisa de certa dedicação, há poucos diálogos e uma narrativa longa, talvez para alguns cansativa, mas que pelo menos para mim valeu muito a pena. Leiam!
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