Editora: Ainda não Publicado no Brasil
Ano: 2012
Páginas: 338
Avaliação: 4/5
Com esse livro aprendi duas coisas. Primeiro: o fato de eu não gostar muito de protagonistas abusadas que não reagem, não muda o fato de que elas não existam. E segundo, que é muito fácil achar que eu seria "a garota que reage" quando eu não tenho a menor ideia do que é viver essa realidade.
Esse livro me fez entender que resistir e sobreviver também são maneiras de ser forte.
Esse livro me fez entender que resistir e sobreviver também são maneiras de ser forte.
Maggie e Will são praticamente opostos. Enquanto ela é timida ele é comunicativo. Ela vem de uma família inundada de abusos domésticos, ele de uma cheia de amor. Ela não tem nenhuma perspectiva de vida ele é cheio de objetivos. Ela quer ser livre, ele já é. Ela namora Troy e se vê em uma nova prisão. Ele conhece Maggie e agora também se sente aprisionado.
Que amor doce! O livro é narrado alternando a visão dos dois e alternando também passado e futuro. No decorrer da leitura você vai entendendo o porquê da separação deles na juventude. A Maggie é uma protagonista extremamente vitimizada, passiva e medrosa. No começo isso me incomodou mas aos poucos fui entendendo que ela nunca teve outra realidade, ela não sabe como reagir, só aprendeu a sobreviver um dia de cada vez.
Troy é o antagonista, teve uma vida sofrida e respondeu a ela da maneira que aprendeu fazendo os outros sofrerem também. Talvez ele também ame a Maggie, mas ele é tão doente que é quase impossível enxergar qualquer traço de amor. Ela via-o como uma tábua de salvação, mas ele só servia para afundá-la cada vez mais nessa vida desgraçada que ela tinha.
Então aparece o Will. O salvador, o que viu que tinha alguma coisa errada e não foi negligente. Amei esse personagem, ele é querido, altruísta, doce e apaixonado. E pela primeira vez eu não quis ele para mim, nesse livro eu fui uma mera expectadora que torcia demais para que os dois conseguissem encontrar uma maneira de darem certo. Foi muito diferente, sempre me sinto na pele dos personagens e aqui não, fui uma terceira pessoa que amou assistir cada segundo da superação deles.
Esse livro apareceu em um timing perfeito. Nessa semana numa conversa entre amigas ficamos contando histórias de "primeiro amor", "quase amor" e amores de juventude e relembramos como tudo era rápido e intenso quando se tem 16,17 anos. E talvez se não fosse por isso não teria avaliado o livro tão positivamente, pois os personagens ficam três meses juntos (nas férias de verão dele) e acabam se apaixonando. Uma paixão que vira amor mesmo com seis anos de afastamento.
Há um mistério sobre o motivo do rompimento dessa relação na juventude. A revelação apesar de não ter sido bombástica foi bem crível e coerente. A autora não fez uma coisa mirabolante, se ateve mais aos dramas pessoais e a profundidade dos sentimentos deles, tanto os bons quanto os ruins.
Eu indico sim esse livro, mas peço que leve em consideração algumas coisas que eu disse. A protagonista não é aquela personalidade forte que tanto gostamos, mas ela é real, um tapa na cara. A relação deles talvez pareça instantânea, mas no final ela é concreta. Esse não é um daqueles livros cor-de-rosa, com arco-íris e borboletas no final, mas ele é verdadeiro, te tira da zona de conforto e te mostra que também pode haver beleza depois de tanta coisa feia.
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