Editora:Intrínseca
Ano:2012
Páginas: 272
Avaliação:4/5
Vaclav e Lena parecem destinados um ao outro. Eles se encontram pela primeira vez aos 6 anos, numa aula de inglês para imigrantes em Brighton Beach, no Brooklyn. Vaclav é precoce e falante. Lena, com dificuldade no idioma, refugia-se na segurança de sua adoração por ele. Ele imagina a história dos dois se desenrolando como em um conto de fadas. No entanto, uma das muitas verdades a serem descobertas nessa extraordinária obra de estreia de Haley Tanner é que "felizes para sempre" nunca é um desfecho garantido. Um dia, Lena não vai à escola. Desaparece da vida de Vaclav e da família dele como num cruel truque de mágica. Durante os sete anos seguintes, Vaclav deseja boa-noite a Lena todos os dias, perguntando-se se ela faz o mesmo onde quer que esteja. No dia do aniversário de 17 anos de Lena, ele finalmente descobre o que aconteceu.
Eu tinha me esquecido da sensação maravilhosa que é ser surpreendida por um livro. Estou numa onda de ler tanta coisa que é "modinha", queria alguma coisa diferente, que nunca tivesse lido nada a respeito, nenhum comentário, nenhuma resenha, nada. Ele estava a tanto tempo no stand by da minha estante, agora me sinto culpada por ter negligenciado por tanto tempo uma história tão linda.
Não vou entrar nos pormenores dos acontecimentos porque também não quero estragar a leitura de ninguém, acho que quanto menos souber melhor. Ele é narrado em terceira pessoa mas com pontos de vista distintos, sabemos sobre os sentimentos principalmente de Vaclav, Lena e a Rasia (a mãe de Vaclav), mas no decorrer da história vamos conhecendo um pouco de cada personagem que também não são muitos.
Ele não é dividido em capítulos bonitinhos 1, 2, 3. São capítulos curtos nomeados, como por exemplo: "JANTAR", "LENA ESTA COM VONTADE DE RIR" e assim por diante. Quando terminei o livro fui dar uma espiada nas opiniões alheias, e vi algumas pessoas falando mal da narrativa que é lenta e monótona. Para mim funcionou muito bem, eu gostei como a autora foi levando esse romance, dava para sentir bem a fragilidade dos personagens, a inocência das crianças e principalmente amor que está a todo momento presente, um amor puro, que muitas vezes a pessoa que sente não percebe que esta sentindo, mas ele está lá bem vivo é quase palpável.
Nunca quis tanto ser uma personagem quanto quis ser Lena. Não porque a vida dela é maravilhosa, muito pelo contrário, é uma droga. Mas eu invejava era à adoração que Vaclav sente por ela, ele é tão fofo, humilde, altruísta em relação a ela. Ele me lembrou muito um outro menininho que eu amo, que é o Rudy de A Menina que Roubava Livros, sempre tão alegre, otimista e persistente.
Fui chegando no final e foi batendo o desespero, havia apenas cinco páginas e eu tinha certeza que não ia dar tempo de fazer um final descente, continuei lendo, três páginas, essa autora vai estragar um livro tão bom, duas páginas, eu não acredito que esse vai ser um daqueles livros que terminam do nada, cheguei na última página e "Ah meu Deus, porque não pensei nisso antes?". Foi bem a cara do Vaclav, apesar de querer saber muito mais sobre o que aconteceu com eles eu gostei do final, foi diferente e original.
Recomendadíssimo para quem gosta de romances e para quem não gosta também. Esse livro é muito mais, é sobre encontros, desencontros , amor não só entre homem e mulher, mas o amor verdadeiro, seja mãe e filho, menina e menino, amigos, amantes, tanto faz, o que importa é o que você é capaz de fazer por uma pessoa que você ama.