[Leitura] Crônica de Um Amor Louco

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Autor: Charles Bukowski
Duologia: Ereções, Ejaculações e Exibicionismos - Parte I
Editora: L&PM
Ano: 2007
Páginas: 320
Avaliação:4/5

Crônica de um Amor Louco é o primeiro dos dois volumes da obra Ereções, Ejaculações e Exibicionismos, do genial escritor Charles Bukowski (1920-1994). Uma jornada pelo universo infernal e onírico do velho e safado Buk – seus personagens desvalidos, seus quartos imundos em hotéis baratos, seus bares enfumaçados na longa louca noite de neon: o sonho americano reduzido a trapos nas ruas desertas da madrugada voraz de Los Angeles, a cidade que Bukowski amava acima de todas as coisas.

Este primeiro volume leva o título do filme que o italiano Marco Ferreri realizou baseado nos textos de Bukowski e cuja linha mestra é extamente o primeiro conto do livro, A Mulher Mais Linda da Cidade. Ao narrar a história de Cass, uma bela mestiça que passara a adolescência em um convento, Bukowski mergulha na excitação frenética, na insanidade corrosiva das noites mormacentas e manhãs de névoa poluída da sua amada Los Angeles. Os contos parecem brotar do seu estômago ulcerado, são jogados ao papel entre espasmos de delirium tremens e fantasias alcoólicas disformes. Perto dessas histórias rudes e ríspidas, os contos de outros autores parecem narrativas de colegiais, que nada têm a ver com o mundo da maquinaria, com esse gigantesco cemitério de automóveis que nos envolve e sufoca. Mas, ao mesmo tempo, Bukowski é lírico. Seus contos terminam bruscamente, mas deixam suspensa no ar uma sensação de dignidade e esperança na raça humana.
E bota louco nisso!

Bukowski não tem rodeios, não há eufemismos nem metáforas. Nada de "membro", "parte de trás" ou "ápice do prazer". Aqui é "pau", "cú" e "gozada". Não haverá dúvidas quando ele descrever uma cena, você terá certeza do que ele está falando.

Há um apelo autobiográfico muito forte , mas não pense que ele miniminiza seus erros, muito pelo contrário, escreve o que bem entende e está pouco se fodendo aos julgamentos. Trás a visão do marginalizados. Putas, viciados, bêbados e vagabundos (inclusive ele) que ganham todo o destaque. Politicamente corretos também ganham seu espaço, espacinho aquele em que são julgados e tem suas vidas questionadas.

Ah como eu amo isso!! É aquilo que é, quem não gostar que vá para a put............!

E se ainda você não percebeu vou te falar, você tem que ser meio despudorada para gostar disso. Porque, na boa, tá tudo errado.....kkkkkkkkkkkkkkkk.

A maioria dos contos trazem um sentimento de revolta muito positivo, aquela paixão da revolução de um homem só! Há muitas questões que me fizeram parar para refletir, o que eu estou fazendo com a minha vida?!

Um pequeno numero deles são uma viagem total na batata, mesmo assim bem divertidos. Alguns mais parados, um que eu não gostei e outro um pouco enfadonho em que me via bocejando no meio de tanta explicação de como funcionam as apostas no Jóquei. Mas depois de umas páginas fui me acostumando com as dissonâncias. 

Mesmo Bukoswski sendo vida loka não consegui enxergar felicidade nenhuma nele. Essa filosofia de vida altamente hedonista só mostrou o quanto ela é contínua e nem todos os prazeres da vida parecem suficientes para satisfazê-la. Me lembrou muito "Prisão" (Humberto Gessinger te amo em segredo) : "Pensei que era liberdade, mas na verdade, eram as grades da prisão".

É um livro que gostaria que todos lessem, adoraria ver os rebeldes alucinados e os púdicos varados da vida.....kkkkkkkkkkk.

Foram muitas emoções, um leitura altamente divertida e prazerosa [com exceção novamente de um conto] e já quero ler tudo que ele escreveu! Esse senhorzinho tarado, honesto e ranzinza ganhou mais uma leitora!

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