Livro Único
Editora: Leya
Ano: 2011
Páginas: 205
Avaliação: 4/5
Esta é a história de Mari, uma jovem de 17 anos que trabalha quase em tempo integral para sua mãe em um hotel. Ela conhece um homem mais velho, um tradutor de romances russos, que mora em uma ilha próxima e é cercado de rumores sobre ter matado a própria esposa.
Ela se apaixona por ele. E seu desejo é tão grande que, mesmo diante do sofrimento que o tradutor lhe inflige, ela o procura dia após dia.
Por que uma jovem bela e delicada precisa tanto desse arrogante e perturbado amor?
A uns 4 anos atrás em um conversa com o vendedor na livraria ele me indicou este livro, a moda na época era 50 tons e Hotel Íris acabou sendo citado. Mas ele mencionou que se tratava de um homem de meia idade em uma relação conturbada com uma adolescente e não me senti nenhum pouco atraída.
Mas sabe aquele livro que sempre está ali? Eu não sei vocês mas há alguns livros que perseguem, seja em encontros inesperados em uma prateleira na livraria, seja naquela espiadinha que você vai dar em um sebo e ele está la na vitrine ou até mesmo nas redes sociais ele aparece ali na sua cara vindo do além. Talvez seja superstição minha, mas eu sei que quando isso acontece não vai ter jeito, tenho que ler. E até agora nunca me decepcionei.
Li poucos livros japoneses, talvez seja a mudança de cenário ou as propostas que são distintas mas todos se mostraram agregadores, principalmente no sentido da originalidade, há uma bizarrice que funciona. Hotel Íris não foi diferente.
Mari uma menina tão maltratada pela mãe, agressões psicológicas são diárias transformando-a em um espectro sem personalidade, conseguimos ver o quanto foi perdido dela , mesmo por baixo da garota tímida e nula auto-estima há relances de uma jovem linda que possui seus próprios anseios e sonhos.
Quando seu destino é cruzado com esse homem maduro esses anseios ganham força e começa uma relação tóxica e destrutiva.
Fica claro o quanto ela acha que merece o tratamento que ele dá, quase necessita daquilo, achei que esse comportamento foi sua liberdade dentro de uma vida altamente limitada. Eu digo liberdade pois para mim foi a única decisão que ela tinha poder de escolha, era seu segredo, como se deste modo punisse também tudo de ruim na sua vida.
Durante toda a narrativa eu só queria saber como seria o final desses dois, o homem embora marcado por demônios que não conseguia se livrar, era uma incógnita. Era algoz, algum tipo de psicopata? Era vitima de alguma circunstancia? Ou ambos? Possuía pontos de transparência em que podíamos ver o homem doce que se perdeu em algum ponto durante a trajetória.
O livro não agradará os mais românticos mas vale a pena pela crueza. Mesmo fadado ao fracasso desde o inicio a relação entre eles funciona, os acontecimentos vão convergindo e já não sabia qual seria o final otimista e o pessimista. E Ogawa na minha visão terminou colocando a cereja em cima do bolo. Adorei! Recomendo para quem procura um livro diferente sem muitas florzinhas.
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