Ano: 2012
Páginas: 496
Avaliação: 4/5
O lobo e a pomba se passa na Inglaterra, em 1066. As forças normandas invadem o território saxão. Impotente, a jovem Aislinn assiste à destruição de tudo o que lhe é precioso. Quando Sir Wulfgar chega para assumir a posição de novo senhor das terras do pai de Aislinn, ela descobre que seu maior inimigo pode ser o próprio coração.
Na Inglaterra, no tempo dos druidas, houve certa vez um guerreiro de grande coragem que desafiou e venceu os deuses em combate, como punição, foi transformado em lobo de ferro.
Segundo a lenda, nos momentos em que a guerra assola a Terra, o lobo volta à vida na forma de um guerreiro ousado, invencível e imortal. Como agora, quando normandos e saxãos entram em conflito em Darkenwald e a vida da bela Aislinn depende da concretização da profecia.
Filha de um nobre assassinado pelos invasores, Aislinn é a sofrida heroína de o Lobo e a Pomba.
Não sou tanto fã dos Romances de Época, mas devo dizer que os Históricos me motivam muito mais. Gosto da crueza, dos fatos reais mesclados na ficção da trama e principalmente pela verdade que eles me passam.
O Lobo e a Pomba me ganhou na narrativa, vivi sentimentos ambíguos durante toda a leitura. A revolta de estar presenciando um romance que me incomodava em diversos níveis e a mansidão de uma expectadora que não pode fazer nada diante de uma história revoltante mas que estava viva nas páginas.
Aislinn, uma saxã tem sua vida virada à baixo quando normandos liderados pelo estandarte de Guilherme I invadem a Inglaterra e tomam tudo que ela tinha. Quando digo tudo, é tudo MESMO. Dona de uma personalidade forte ela não se dobra aos bárbaros e acaba sofrendo as consequências dos seus atos.
No lado dos normandos temos duas figuras principais que vão disputá-la. Ragnor que foi a pessoa que realmente invadiu seu solar e ficou completamente obsessivo por ela. E Wulfgar, um dos cavaleiros de Ghilherme I, novo dono e senhor das terras que por direito seriam da família de Aislinn.
Julgando esse romance com um olhar contemporâneo, num tempo onde a mulher tem cada vez mais poder e igualdade (pelo menos tem o direito de sequer tentar) algumas atitudes tomadas são de causar indignação.
"...As maneiras do vencido devem sempre agradar o vencedor. Faria muito bem você preender com a minha Aislinn. - Aproximou-se de onde ela estava sentada e continuou: - Ela representa tão bem o papel da vencida - seus dedos brincam com um anel do cabelo cor de cobre - que às vezes tenho dúvida de ter sido o vencedor."
Maaaas, dentro desse contexto, no ano de 1060, tudo era muito diferente. E quem ler um romance como este tem de levar em consideração a cultura e costumes da época. Vejo muito se falar do casal e principalmente da protagonista, mas eu consegui compreendê-la (não concordar, compreender) todas as suas indecisões e angustias.
"- Reserve seu julgamento a respeito dos normandos depois que eu a levar para a cama, damoiselle. Talvez prefira ser possuída por um homem, e não por um idiota relinchante".
O mocinho não vai ser perfeito, a relação deles também não será e talvez essa rudez incomode os mais românticos. Mas há também os momentos de suspirar, frases e diálogos lindos que aplacam nossa necessidade daquele flerte, aquelas partes em que as fraquezas aparecem quando eles se apaixonam.
" - Odiar? E porque eu ia odiá-la, quando você é tudo que um homem pode desejar?"
O único ponto para mim que se contradisse foi o final, a meu ver destoou de toda a aspereza da vida ali, mas ok. Foi melhor pecar pelo mais do que pelo menos, talvez desta forma ela deu conforto aos que acharam a historia insensível.
Esse é um daquele livros que parece não se importar se alguém vai gostar ou não, os acontecimentos ali são tão reais que independem de gosto para existirem, há verdade, e você gostando ou não, não mudará o fato que uma história parecida possa mesmo ter acontecido com alguém naquela época. Eu adorei. Muito bom!
"- Mulher saxã, você encontrou um lugar no meu íntimo, onde só você pode me ferir."
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